VINHOS DA SUA GARRAFEIRA VIII
Vinhos do Alentejo
Região de ondulantes planícies, o Alentejo apresenta uma paisagem
relativamente suave e plana que se estende por quase um terço de Portugal
continental.
VINHA DO ALENTEJO |
Os solos alternam entre o xisto, argila, mármore, granito e
calcário, numa diversidade pouco comum. O clima é claramente mediterrânico,
quente e seco, com forte influência continental. O Alentejo encontra-se
dividido em oito sub-regiões, Borba, Évora, Granja-Amareleja, Moura,
Portalegre, Redondo, Reguengos e Vidigueira. Portalegre é a sub-região mais
original, com solos predominantemente graníticos, influenciada pela frescura da
Serra de São Mamede. A paisagem oferece inúmeras parcelas de vinhas velhas,
plantadas nas encostas íngremes da serra, beneficiando de um microclima único
que confere frescura e complexidade. Borba, Évora, Redondo e Reguengos
personificam a identidade alentejana, terra de equilíbrio e harmonia, na
proporção certa entre frescura e fruta, energia e suavidade. As sub-regiões de
Granja-Amareleja, Moura e Vidigueira, no Sul da denominação, oferecem vinhos
mais quentes e suaves, com terras pobres e secas, onde a vinha sofre com a
dureza do clima e a pobreza dos solos.
Nas variedades brancas destacam-se as castas Antão Vaz, Arinto e Roupeiro,
para além das hoje pouco valorizadas Diagalves, Manteúdo, Perrum e Rabo de
Ovelha. Nas castas tintas sobressaem o Alfrocheiro, Alicante Bouschet,
Aragonez, Castelão e Trincadeira, para além das pouco valorizadas Moreto.
Dentro dos vinhos brancos Alentejanos a variedade é grande e a escolha
difícil. Vou referir apenas quatro que me parecem importantes para ter na sua
garrafeira.
HERDADE DE GROUS |
Herdade de
Grous 2012 branco, nasceu das
castas Antão Vaz, Arinto, Roupeiro. Apresenta-se com uma cor verde dourada.
Aroma exuberante a frutos tropicais. Sabor rico em fruta, fino, elegante e com
bom equilíbrio de acidez. Deve ser servido a uma temperatura de 12-14ºC.
Acompanha na perfeição pratos ricos de peixe e mariscos. Teor de álcool 13,5 %
vol.
Cartuxa " Pera Manca " Branco 2010, proveniente das vinhas da Fundação Eugénio de Almeida, as castas utilizadas
são as Antão Vaz e Arinto, o Pêra-Manca branco é caracterizado por uma cor
citrina, aroma frutado e paladar fino, complexo e persistente. Depois de
colhidas, parte das uvas fermentam em depósito de aço inox e a outra parte em
barricas de carvalho francês, a temperatura controlada. Após a fermentação,
segue-se um estágio de 10 a 12 meses sobre borras finas com batonage. Por
último, o vinho beneficia de um estágio final em garrafa durante 6 meses.
Aspecto brilhante. Tem uma cor palha com ligeiros reflexos esverdeados. Aroma
profundo, fino, a fruta madura e pão tostado. Muito potente com grande volume
de boca, associado a um correcto equilíbrio ácido. Final de boca muito
prolongado e fresco. Álcool: 13% vol.
A partir das castas Viognier, Alvarinho, Semillon e Arinto, surge o Monte
Ravasqueira 2012 branco, com teor de
álcool 12,5 % vol; apresenta cor citrina, aspecto jovem, com nuances
esverdeadas. No nariz, em virtude da presença de três castas bastante
aromáticas, sentem-se os aromas intensos de fruta de caroço, muito pêssego,
citrinos e flor de laranjeira envoltos numa dose de frescura que transmite uma
certa leveza e cheiro a verão. Na boca a frescura continua a ser nota
dominante, quer pelo seu perfil com muita fruta fresca e sumarenta, quer pelo
seu toque mineral. Cheira a verão, a esplanada, mas também com corpo suficiente
para seguir mais adentro numa refeição.
MONTE DA RAVASQUEIRA |
E por último, da Vidigueira, um vinho branco, o Herdade Grande - Colheita Seleccionada 2012, a partir das
castas Antão
Vaz, Arinto e Roupeiro, tem aspecto límpido e brilhante, apresenta uma bela
tonalidade citrina, muito apelativa com ligeiros laivos amarelados. No nariz
sobressaem aromas frutados, onde predominam os frutos tropicais complementados
por notas cítricas, com toque suave a tosta. No palato aparece redondo, com
sabor rico a fruta tropical, pêssego e maracujá e breves nuances a mel. Acidez
bem balanceada, boa estrutura e untuosidade com final fino e persistente. Teor
de álcool de 13,5 % vol. Sugere-se que a degustação deste vinho seja feita com
marisco ou peixe. Temperatura de consumo aconselhada 8° a 10° C.
Muitos outros
poderiam ser referidos, tão vasta é a região e tão bons vinhos produz. Mas a
garrafeira e os euros condicionam, por isso se tem que fazer uma escolha. Na
próxima página vamos continuar no Alentejo e faremos referência aos tintos que
proponho para a sua garrafeira.
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