VINHO DO PORTO E FAINA
O VALE DO DOURO VINHATEIRO |
O Vale do Douro Vinhateiro
estende-se por 250 mil hectares desde a Régua até Freixo de Espada à Cinta, na
raia transmontana.
Até à implementação das novas tecnologias,
toda a faina agrícola era uma extraordinária mistura de alegria e canseira. A
colheita das uvas ocorre normalmente no início de Outubro e os grandes cestos
que os homens carregavam cheios de uvas até ao lagar, pesavam cerca de 60 Kg
que transportavam pelos socalcos acima.
TRANSPORTE DAS UVAS |
Lançadas nos lagares de granito, as uvas eram
pisadas por homens dispostas em fila que percorriam o lagar de um lado para
outro lado, entoando cantigas. Este trabalho de pisar as uvas mantinha-se até o
mosto ter uma quantidade de açúcar não fermentado que daria ao vinho a doçura
desejada.
PISAR AS UVAS |
Quando esta era atingida, dava-se início à encuba, juntando-se água-ardente
vínica com 76 a 78 º. Logo de seguida dava-se início à lota que consistia na
homogeneização da massa. Terminada esta fase, a massa entrava em repouso até
Dezembro ou Janeiro. Após este período de descanso, procedia-se à transfega,
que consiste na separação das borras, sendo ainda possível fazer retoque da
graduação alcoólica. Estava então pronto para ser envasilhado e seguir nas
pipas em direcção ao Entreposto, percorrendo os Km fluviais que os barcos
Rabelos tinham pela sua frente.
TRANSPORTE DAS PIPAS NOS BARCOS RABELOS |
Hoje em dia, as novas tecnologias
substituem o homem em muitas destas tarefas, mas os processos de interrupção da
fermentação vínica pela junção de água-ardente vínica e todos os passos
necessários para atingir um vinho generoso de qualidade mantêm-se. A construção
de novas vias rodoviárias também transformou o transporte, mas os barcos
Rabelos continuam a ser utilizados em regatas, passeios no rio Douro e noutras
actividades que recordam os tempos épicos de glória.
Os
barcos Rabelos são hoje uma atracção turística.BARCOS RABELOS NO RIO DOURO EM FRENTE ÀS CAVES DO VINHO DO PORTO |
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