Quem vai a Paris deve saber a história de alguns famosos que também são responsáveis pelo que hoje é Paris.
EDITH PIAF - História da sua curta / longa vida
Em Dezembro de 1915 nasce em Paris Edith Giovanna Gassion,
posteriormente conhecida como Edith Piaf, uma das vozes mais marcantes da
canção francesa no seculo xx.
Descendente duma família destruturada, tem uma infância
infeliz e pobre, bem como a adolescência.
O pai percorria o país como acrobata de rua e ela ajudava
apanhando as miseráveis moedas, oferecidas.
Aos 15 anos abandona o pai e com uma amiga Simone Berteaut
vai cantar para as ruas e para os cabarés marginais de Paris. É feia, com uma
aparência descuidada, mas detentora de uma voz poderosa.
Aos 17 anos casa pela primeira vez, tem uma filha, separa-se
e quando tem 19 anos, a filha de apenas dois anos de idade, morre com uma
meningite.
Após o funeral da filha, que foi enterrada no cemitério dos
pobres, Edith Piaf volta a cantar e tenta aos poucos aproximar-se dos cabarés
da zona de Pigalle.
Por sorte do acaso, Louis Leplée, director de um elegante cabaré, ouve-a cantar
e fica impressionado com aquela voz, marca-lhe um teste. Após a realização do
teste, é de imediato contratada com o caché de 40 francos por noite.
Começa uma nova etapa da sua vida, passa a cantar no
prestigiado Gerny´s e é- lhe dado o nome artístico de “La Môme Piaf”; passa a
usar um vestido preto, que também termina por ser uma das imagens deste ícone.
Passados seis meses de estar a trabalhar no Gerny´s , Leplée
é assassinado. Mais uma vez vai ter que recomeçar, parece ser esta a sua sina.
Raymond Asso, torna-se o seu protector, relançando-a nos
meios musicais, ensina-a a ler, a escrever, a falar e a movimentar-se correctamente.
Apesar de apaixonado por Piaf, era de uma exigência profissional intensa.
Aos 21 anos, grava o seu primeiro disco “Les Mômes de la
cloche”.
Naquela época, discos e apresentações em rádio não eram o
suficiente. Era no palco, cantando sem microfone, que se ganhava e conservava a
aprovação do público.
Raymond Asso é
mobilizado para a II Guerra Mundial.
Em 1940, Piaf, mulher sempre de grandes paixões conhece o
ator francês Paul Meurisse e mais uma vez vai amar profundamente este homem
durante dois anos.
Mais uma nova paixão com um jornalista.
Durante a guerra Edith Piaf continua a cantar pelo país em
turné e contratando músicos judeus para a acompanharem, tendo-se apaixonado
novamente por um pianista judeu.
As gravações sucedessem bem como os êxitos musicais: ” Simple
comme bonjour", "Tu est partout", "Un coin tout bleu",
"C'était une histoire d'amour" entre outras, das quais se destaca Le
Vagabond, que foi um record de vendas.
No verão de 1944, Edith Piaf, então com 29 anos, conhece um
jovem cantor, Ives Montand e a paixão é tão avassaladora que descora a sua
carreira em seu favor.
Terminado o romance, é graças ao grupo Les Compagnons de la
Chanson, que consegue relançar a sua carreira, em conjunto gravaram “ Dans les
prisons de Nantes", "Le roi a fait battre tambour" e "Le
trois cloches”.
Em 1946 grava “ La vie em rose”, que apesar de não ter sido
a primeira cantora a interpreta-la, a canção está inegavelmente a ela
associada.
Faz a sua primeira turné aos Estados Unidos, mas os
Americanos não se deixaram enfeitiçar por aquela pequena mulher de voz poderosa
e com um estilo muito próprio e dramático como a sua própria vida.
Não se rende e resolve conquistar o público americano custe
o que custar e consegue-o num cabaré em Manathan a cantar ”Milord” à americana,
como dizia.
Volta frequentemente
a Nova Iorque onde se apaixona por Marcel Cerdan, pugilista marroquino, casado
com a família a viver em Marrocos.
Marcel Cerdan é o homem que consegue dar estabilidade a
Edith Piaf, algo que ela nunca tido, apesar de se sentir penalizada com a
situação de Marcel, ela estava a viver provavelmente o seu verdadeiro e
primeiro grande amor, dedica-lhe a canção "L'hynne à l'amour”.
Edith Piaf e Marcel Cerdan |
Em 1949 Marcel estava em Nova Iorque e preparava-se para
regressar a Paris de navio, mas Edith pede-lhe para vir de avião porque é mais rápido.
Edith Piaf nasceu para o sucesso e para a tragédia, fica sem
Marcel que morre de desastre de avião.
Após a morte do seu amor, fica com grandes sentimentos de
culpa, adoece e é medicada com Morfina. Corre para sessões espíritas, na
esperança de contactar com Marcel.
Manda instalar
Marinette Cerdan (viúva de Marcel) e seus filhos, no palacete de Boulogne. “Ela transformou seu adultério em uma família
numerosa", escreveu sua biógrafa Monique Lange.
Um ano após a morte de Marcel, volta aos palcos. Conhece
Charles Aznavour e este terá sido um dos primeiros Monsieurs Piaf que teve de
curta duração.
Em 1951 tem dois graves acidentes de automóvel tendo feito
várias fracturas.
O consumo de álcool e de drogas começam agora a mostrar os
seus efeitos.
Casa-se em 1952 em Nova Iorque pela igreja, o seu grande sonho,
com o cantor francês Jacques Pills.
Novo enamoramento desta vez pelo jovem cantor Gilbert Becaud.
Começam os internamentos em clínicas de desintoxicação, mas
a sua voz continua fantástica. No ano de 1955 faz um espetáculo no L'Olympia de
Paris, que foi um enorme sucesso.
Em 1956 inicia uma relação com Georges Moustaki, mas já os
estragos provocados pelo álcool e pelas drogas são bem visíveis.
Em 1960, Charles Dumont, um jovem compositor, aparece na
vida amorosa de Edith Piaf e foi o autor da canção com maior sucesso de Edith
Piaf "Non, je ne regrette
rien".
Passado pouco tempo, casa-se com Théo Sarapo, um jovem de 23
anos, numa cerimônia ortodoxa particular.
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